Eu não compreendo a ênfase na condição pós-moderna como uma condição não anti-religiosa, como se isso fosse u'a marca dessa época assim chamada. Não compreendo não pelo fato de que não haja um espírito não anti-religioso pairando sobre o mundo - mas pelo fato de que ele nunca deixou de existir. Nem na modernidade clássica, nem na Idade Contemporânea, não é correto dizer que a "era" caracterizou-se por anti-religiosidade. Se os filósofos e acadêmicos manifestaram essa característica, ou menos de algumas regiões experimentaram essa paixão, isso de modo algum caracteriza a "era" - sob nenhuma retórica. Assim, não posso aceitar que se caracterize os dias de hoje como dias não anti-religiosos, como se os de ontem fossem. Penso que os acadêmicos estão a medir os dias de hoje pelos textos acadêmicos de ontem, e tomando a visão de conjunto da sociedade de ontem pela meia dúzia de papéis europeus...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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