quinta-feira, 11 de abril de 2013

(2013/419) Os gays não são melhores do que nós...


... E daí?

1. Não defendo a comunidade LGBT porque sejam melhores do que nós, os héteros... Não os defendo como se fosse um cego, um ativista corporativista cego. Tenho bons olhos na cara.

2. A comunidade LGBT é igual à comunidade majoritária hétero. Lá tem gente boa, gente honesta, gente trabalhadora, gente inteligente, gente caseira, gente humilde, gente sincera, gente de bem, e tem gente safada, gente promíscua, gente enrolona, gente histriônica, gente de todo tipo. Lá e cá. Cá também há os safados, os canalhas, os promíscuos - acho que há mais marido e mulher que traem do que marido e mulher que não traem (é mera impressão), sonegadores de impostos, essas coisas... Nós e eles somos iguais, radicalmente iguais. Há até religiosos, beatos pé no saco, dos dois lados...

3. Não é, pois, algo de diferente neles que me leva a defendê-los.

4. O que é, então? Simples - o fato de que é ridículo, absolutamente indefensável, salvo pelo poder coercitivo da maioria religiosa, interditarem-se os direitos que eles reivindicam. Religião alguma, nem mesmo - muito menos! - a cristã tem qualquer direito de intrometer-se na vida de gays. Nenhum direito. Nem direito nem autoridade...

5. É absolutamente absurdo, estapafúrdio, inadmissível, intolerável - que, em nome de mitos religiosos, pessoas reais, de carne e osso, sejam interditadas em sua livre expressão de sexo e de gênero.

6. Quem achar que as pessoas devem submeter-se à religião que se submeta - mas o homem, a mulher, o ser humano, logo, os gays, nenhum de nós foi feito para a religião - a religião é que foi feita para nós. Quando queremos mudar a religião, a gente muda e pronto.

7. Quanto mais num país que se encontra politicamente acima das religiões: dar atenção a interditos religiosos é um absurdo, um destemperamento, um crime...

8. Nada justifica...

9. Por isso, defendo-os. Não preciso necessariamente conviver com eles. Não preciso ser um deles. Não preciso mistificá-los. Não preciso fingir que são perfeitos, que não são corporativistas - porque nós somos imperfeitos e tão corporativistas quanto eles. Não é na diferença para melhor deles que eles ganham minha defesa - é no simples mérito de seu pleito.

10. De mais a mais, não lhes concedo direito algum - reconheço, humildemente, o direito que lhes é devido em função de sua dignidade de ser humano - o resto, religião ou não, é lixo, se se interpõe a essa dignidade estabelecida político-eticamente por nós mesmos.




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

4 comentários:

Vinicius Vargas disse...

Acho que a patrulha religiosa cairá por terra quando os fundamentalistas religiosas descobrirem que a Bíblia já foi usada para discriminar negros e mulheres. E hoje, esses grupos são finalmente aceitos pela igreja.

O mal, é mair porque não se conhece a História. Não se sabe nada do que passou. Ouvem um líder mal informado ou mal intencionado (ou ambos) e repetem.

O Cristo deu exemplo de tolerância e aceitação. Os cristãos fizeram tudo errado. Acho que é verdade mesmo que o ´nico cristão autêntico foi aquele que morreu crucificado. O resto é uma cópia pirata da pior categoria...

RETORNAI disse...

A discriminação de negros foi um erro, mas ninguém acusou o negro de sua prática, mas simplesmente de sua cor não ser a que eles (preconceituosos) gostariam, o que é bem diferente das práticas sexuais inescrupulosas dos homo-afetivos.

RETORNAI disse...

nossa....comparar o preconceito que os negros passaram com as práticas estapafúrdias dos homossexuais, é no mínimo incoerente....

Anônimo disse...

Práticas Estapafúrdias é a ignorância que acomete aqueles que julgam a relação entre seres humanos como abominável baseada em mitologia e interpretação tendenciosa de fatos narrados pelo autor em uma bíblia que se quer é capaz de cumprir, a não ser o que convém. Certamente esses puritanos, que se julgam superiores aos demais mortais, acometidos de inércia intelectual e falta de sensibilidade para com o próximo, desconhecem a essência de amor ao próximo e se revestem da cegueira típica dos "iluminados" para apontar o dedo aos outros. Certamente que na medida com que medimos, seremos medidos!

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