sábado, 11 de agosto de 2012

(2012/612) Tentei ler Chesterton. Tentarei ainda?


1. Um amigo me pegunta se li Chesterton, Ortodoxia. Não, não li. Informado do conteúdo, privei-me da "perda de tempo". Mas, imediatamente, perguntei: é bom?, ao que ele respondeu que sim, que ele gostava de ler, e que saiu até em jornais de São Paulo, dados os 100 anos de "aniversário"...

2. Baixo do Oráculo, que tem quase tudo, e começo a ler, de má vontade, confesso. Não espero encontrar nada que me agrade... Mas vou lendo, porque a disposição de ânimo não pode impedir você de olhar a coisa.

3. Aí, logo ali, no início, leio isso aqui: "se o cosmos do materialista for o cosmos real, esse cosmos não é grande coisa"...

4. Não dá nem pra continuar (ainda que eu vá pensar se devo insistir). O vício de raciocínio é enorme. Ele não admira o mundo, admira a explicação que ele dá pro mundo. Se o mundo é criado por Deus, nossa, quanto sentido ele tem! Se não é, então não vale nada...

5. Um tolo, Chesterton...

6. Marx estava certo: puseram o mundo de cabeça para baixo - os mitos assumiram o lugar da materialidade sensível das coisas...

7. Se o mundo é bom, é bom, não importa se foi Deus ou o Diabo que o fizeram. Se é mau, é mau, independentemente de ter a marca da Trindade ou do Inferno.

8. Uma tolice confessional.

9. Parece bonito, inteligente e inspirador. Mas não é: educa a que a pessoa se prenda à sua própria ideia do mundo, que raciocine a partir dela e que julgue que o resultado dessa racionalização tem sentido...

10. Não dá pra mim.

11. É o que eu penso.

12. Não me admirarei se, quando ele fechar os olhos, e descobrir que estava errado (se estava), ele chegar a considerar a vida uma perda de tempo, uma coisa sem valor, porque, se aplico à vida o que ele aplicou ao cosmo, a vida só tem sentido se Deus a fez... Isso, precisamente, esse modo de "pensar", é que para mim não faz sentido nenhum - mas eu entendo a coisa, ah, sim, entendo bem do que se trata...




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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