

1. Os alunos do primeiro período do Curso de Bacharelado em Teologia da Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT), para realizar trabalho acadêmico da disciplina Teologia e Método, do Prof. Edson Fernando, pediram-me que gravasse uma entrevista sobre Karl Barth. Aceitei. Filmaram-na e me deram a cópia dos 17 minutos, que, agora, ofereço aos interessados. Segundo os entrevistadores, Edson a teria considerado "radical". Deve ser. Quem me conhece sabe que tenho um modo hiperbólico de me expressar, e, além disso, de assim considerar as questões, também as da Teologia. É possível, pois, que minha perspectiva tenha sido acentuadamente crítica. Com efeito, não sou um apaixonado da Teologia dialética (neo-ortodoxa).
2. Karl Barth salvou a Teologia clássica. Talvez ela sobrevivesse, de um jeito ou outro, principalmente em sua vertente fundamentalista/literalista nos Estados Unidos (Karl Barth é contemporâneo e, de certo modo, ressalvadas as necessárias diferenças, parente próximo do movimento estadunidense The Fundamentals, que preconizava a adesão à fé como sinônimo inegociável da adesão a doutrinas positivas). Seja como for, na prática, Karl Barth convenceu a Teologia a saltar, para trás, o século XIX, e construiu uma ponte entre a Modernidade e a Idade Média. Daí ser considerado teólogo neo-ortodoxo, o que de fato é: se o século XIX desaparecr, e alguém ler Barth, não saberá que cem anos - e que cem anos! - terão sumido do mapa. Consolidou-se como um dos principais nomes da Teologia (cristã, obviamente) do século XX, encontrando poucos rivais à altura, e, sob certo aspecto, assumindo uma posição hiperônima sobre outros teólogos importantes do século, como Bultmann, Tillich, Moltmann, Pannenberg e a longa fila dos teólogos ontológicos.
3. Nem todos concordarão com minha leitura de Karl Barth. Não tem problema. O diálogo sempre está à disposição do desejo de interação crítica. Nesse sentido, os vídeos podem ser utilizados, seja como ilustração de "como se deve pensar sobre Karl Barth", seja o seu oposto: ilustração de "como não se deve pensar sobre Karl Barth". Meu juízo de um lado, o seu de outro, vamos caminhando pela longa estrada curva da Teologia.
2. Karl Barth salvou a Teologia clássica. Talvez ela sobrevivesse, de um jeito ou outro, principalmente em sua vertente fundamentalista/literalista nos Estados Unidos (Karl Barth é contemporâneo e, de certo modo, ressalvadas as necessárias diferenças, parente próximo do movimento estadunidense The Fundamentals, que preconizava a adesão à fé como sinônimo inegociável da adesão a doutrinas positivas). Seja como for, na prática, Karl Barth convenceu a Teologia a saltar, para trás, o século XIX, e construiu uma ponte entre a Modernidade e a Idade Média. Daí ser considerado teólogo neo-ortodoxo, o que de fato é: se o século XIX desaparecr, e alguém ler Barth, não saberá que cem anos - e que cem anos! - terão sumido do mapa. Consolidou-se como um dos principais nomes da Teologia (cristã, obviamente) do século XX, encontrando poucos rivais à altura, e, sob certo aspecto, assumindo uma posição hiperônima sobre outros teólogos importantes do século, como Bultmann, Tillich, Moltmann, Pannenberg e a longa fila dos teólogos ontológicos.
3. Nem todos concordarão com minha leitura de Karl Barth. Não tem problema. O diálogo sempre está à disposição do desejo de interação crítica. Nesse sentido, os vídeos podem ser utilizados, seja como ilustração de "como se deve pensar sobre Karl Barth", seja o seu oposto: ilustração de "como não se deve pensar sobre Karl Barth". Meu juízo de um lado, o seu de outro, vamos caminhando pela longa estrada curva da Teologia.
Entrevista de Osvaldo Luiz Ribeiro sobre Karl Barth
4. O quê?, os óculos escuros? Ah, é que meus óculos haviam quebrado, e estavam na ótica. Como preciso de grau, estava usando meus óculos escuros, que são de grau, e que só uso, eventalmente, para dirigir.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
1. Em tempo: a) aos 2.17 minutos (parte 1), onde eu disse "a mesma doutrina", eu deveria ter dito "a sua própria doutrina" - um erro de expressão que, no final, corrige-se. Barth não considerava a hipótese de que cada igreja tivesse sua própria doutrina, já que ele concebia um Cristianismo construído sobre a Palavra/Rvelação/Doutrina; b) aos 5.55 minutos (parte 1), ouça-se "século XX", não "século XIX".
2. Roteiro para crítica:
a) a forma como Karl Barth concebe a relação entre a Igreja e a Doutrina é, de fato, como sugeri, de inclinação "católico-romana", isto é, uma "unidade" positiva de expressão normativa? Estou seguro quanto a isso, mas há quem discorde. Não, certamente, Hans Küng, que louvou o teólogo como o único, no século XX, a possuir envergadura para unificar os dois cristianismos.
b) a marca fundamental da Teologia barthiana é a positividade da Doutrina, o que implica numa identificação implícita entre Doutrina, de um lado e, de outro, Palavra e Revelação? Penso que sim.
c) em que sentido é possível afirmar que posições teológicas tão (aparentemente?) distantes como as de Bultmann e Tillich possuam, no fundo, uma base barthiana? A meu ver, naturalmente, o vínculo com Nicéia, ainda que Tillich use o conteúdo desse vínculo como plataforma de correlação entre a fé e a cultura (algo estrategicamente equivalente tenta certa vertente da "Teopoética", justamente aquela que usa a fé cristã como plataforma para a "comparação" com a Literatura), e Bultmann use-o como ingrediente do sacramento homilético, digamos, como a farinha de trigo na Eucaristia.
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