Quando os crentes tinham escravos, estou certo de que dormiam com a consciência tranquila, ciosos de que estavam no centro da vontade de Deus. Observo, hoje, uma série de comportamentos de cristãos que,fazendo o que fazem, fazem-no como se estivessem a cumprir, de novo e sempre, a vontade de seu deus, da mesma forma como antes e, da mesma forma como antes, não se dão conta do equívoco, do erro, da condição alienante de sua prática: têm-na e a si mesmos como práticas devidas, óbvias, as mais compreensíveis dentre todas as possíveis - e, todavia, aos meus olhos é a reprise da velha cegueira ideológico-religiosa.
Naturalmente que olham para si mesmos e não vêm que fazem mal: o que não me surpreende, porque também quando eram escravagistas compreendiam a prática como a boa prática e o bom direito do(s) filho(s) de Deus...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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