Há quem defenda a religião que está na sua cabeça.
Mas não se submete muito a que está na realidade - a nua e crua...
Eu não estou muito interessado na religião que está nas ruas: acho-a ruim, deformante, deseducadora, anti-pedagógica, anti-ética - e isso tudo a despeito do bem aqui e ali que ela faz, como compensação para a interdição da autonomia crítica do sujeito que ela projeta e para a qual trabalha (nem sempre com sucesso).
Quanto à religião que está na minha cabeça, o sistema religioso - esse eu critico impiedosamente, porque, a meu ver, não há nele sequer o bem aqui e ali que a religião faz como compensação de seus males: essa religião-sistema da cabeça pensante e que engaja tantos amantes apaixonados é ópio puro, ilusão e quimera, cachaça e Diasepan, Lexotan e alienação na veia.
Talvez haja exceções para a religião real, das ruas, nua e crua, que ora faz um bem aqui, ora cobra com males ali e acolá. Talvez haja. Mas, para a religião-sistema, a do mundo dos conceitos, essa não tem exceção que salve.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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