1. Na Teologia e nas Ciência(s) da/das Religião/Religiões (quando acabará essa confusão?), muita gente vem das igrejas... Lá, é assim: fala o papa e o povo obedece. Quando não obedece ao papa do lugar, sai e vai obedecer ao papa de outro lugar, mas a regra é ouvir, gravar, repetir.
2. Quando o povo vem para a academia, muitas vezes reproduz o modelo, mas de duas formas horríveis. Uma, o que ouve, mas não bate com o que o papa fala, então tá errado. Outra, o papa passa a ser o professor, seja lá o que ele falar.
3. Na academia, há que se adotar outra postura.
4. Primeiro, ética e respeito dialogal. Não interessa (tanto) o que o outro diz - ouça, peça a razão, o argumento. Vire de cabeça para baixo a retórica: salte da ideia defendida para a base da defesa, os argumentos, peça para ver os argumentos, peça prestação de contas...
5. Agora, por favor, quando as contas forem prestadas, dê atenção a elas. Se os argumentos foram dados, se estão sobre a mesa, sinta-se eticamente comprometido. Ou você os desmonta e revela que a ideia está errada, já que os argumentos não têm substância, ou não os desmonta e, então, dê o braço a torcer, reconhecendo que, se os fundamentos não podem ser desmontados, isso significa, necessariamente, que me obrigo a validar a hipótese de plausibilidade da ideia...
6. Em Teologia e Ciências das Religiões, o chato é lutar contra doutrinas, revelar evidências, argumentos, indícios, e o aluno ou a aluna fazer de conta que não os ouviu...
7. Não se vai longe assim.
8. Contamina-se a prática e, em breve, vai-se estar de joelhos e a cantar aleluias entre o banco da frente e o próprio...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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