sábado, 12 de dezembro de 2009

(2009/636) Por todos os lados possíveis


1. 1978. Eu tinha 13 anos. Na escola, ensaiávamos peça de teatro. Eu era o Visconde de Sabugosa. Compus uma letra para a apresentação da peça, com os nome dos personagens. A melodia foi tirada de Cartomante, de Ivan Lins, que, à época, as rádios tocavam, na voz de Elis Regina. Eu não tinha a mínima idéia do que a letra da música significava...

2. Lembro-me também da primeira e única missa a que minha vó me teria levado (não confio em minhas memórias). Cantou-se uma música lá. Anos depois, ouvi-a na rádio: Para não dizer que não falei de flores...

3. Eram dias estranhos aqueles, em que se vivia uma vida dentro de outra.

4. Aqui vão três apresentações de Cartomante. Discutir a letra dessa música dá um excelente exercício - ela, afinal, ajuda ou atrapalha o regime de exceção? Os revolucionários aguerridos e impacientes dirão que ajuda. Os pacientes, que atrapalha... Qual terá sido a intenção de Ivan Lins (lembro-me de Desesperar jamais)? E qual terá sido o efeito nos sensores? Afinal, ela chegou a ser tocada no Fantástico!, com um Ivan Lins que é a cara do Lula!...






5. É como o verso bíblico: melhor o cão vivo do que o leão morto... Bem, na boca do invasor, diz-se uma coisa, na do líder dos invadidos, outra... Sim, sim, o sentido é situação, é situado.



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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