quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

(2009/641) Não gosto (tanto/mais) de Natal


1. Gostava, sim, quando era criança. Tenho algumas poucas, mas boas, lembranças da infância e do Natal. Pobres que éramos, bastante, não tínhamos árvore de Natal. Não criei, pois, o hábito. Brinquedos, muito poucos, e muito simples, todos.

2. O mais festejado, de dois especiais, é um em que chovia a cântaros em Mesquita. A Av. São Paulo virou - literalmente - um rio. Carros houvesse na rua, à epoca, seriam arrastados. A casa de vovó era alta. Lá de cima, da varanda da frente, assistáamos ao rio passar, arrastando o mundo, de troncos a sofás, uma senhora enxurrada...

3. Na TV, passava o anunciadíssimo desenho animado - O Natal da Mônica. Cantarolo a musiquinha até hoje - "pra Mõnica um coelhinho...". Um sentimento nostálgico me leva àquela sala, àquela tarde com chuva e sol, enxurrada e trovoada, tudo junto...

4. Hoje, não experimento magia. Sei que tudo que ocorre, ou eu ponho na mesa, ou não virá. Quando criança, você não faz nada, só espera, e, esperando, vem, nem que seja um carrinho de plástico. Hoje, você tem que trabalhar duro, e até vem, mas sem a magia...

5. Trocaria meu mundo pela magia daquela época... A única coisa que me prende aqui, agora, nesse meu mundo de gente grande, é Bel: é a única coisa que faz valer a pena ter perdido a inocência.




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Sobre ombros de gigantes


 

Arquivos de Peroratio