1. Como co-titular de Peroratio, tomo a iniciativa de divulgar o vídeo-manifesto "A Servidão Moderna", de Jean-François Brient e Victor León Fuentes.
2. Não chegou a mim por meio direto. Estava procurando curtas-metragens de animação e deparei-me com ele. Dediquei-lhe os 52 minutos que pede.
3, Minha disposição de ânimo, depois de o assistir, é ambígua. Concordo com parte, discordo de parte e, no geral, deixo-me aturdir. A sensação de aturdimento se dá pela incerteza de estar certo em discordar de parte da mensagem - mas isso pelo fato de que, dada a retórica do vídeo e do texto, discordar é recusar-se a reconhecer sua condição de "escravo moderno".
4. Seja o que isso signifique para minha condição filosófica, política e antropológica, saio do vídeo como se questões fundamentais tivessem, todavia, sido hiper-inflacionadas, quase tornadas caricaturas, porque incidentes sobre particularidades, mas à luz de uma retórica que pretende dar conta do todo da sociedade e da espécie humana...
5. Também me pareceram simplistas algumas críticas à sociedade moderna. Do mesmo modo, os indicativos sutis e poucos para a "solução"...
6. Todavia, trata-se de uma leitura de nossa época. O vídeo pode exagerar e pode super-estimar aspectos da vida contemporânea, que considera programáticos, mas, a despeito disso, descreve de modo minimamente adequado as relações sociais da nossa época.
7. Assista ao vídeo e tire suas próprias conclusões.
8. Não posso negar: a modernidade deu voz a termos fortes como liberdade, igualdade, fraternidade. Aos termos. Não conseguiu, ainda, dar materialidade a eles. É o pecado de nossa época. Mas talvez seja o primeiro passo, necessário - permitir a sua circulação. Quem sabe, amanhã, eles não circularão não apenas na boca dos homens, mas, positivamente, em seus pés e mãos?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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