segunda-feira, 14 de março de 2011

(2011/174) O "eu", a "alma" e "Deus" em Descartes - a manutenção do paradigma disjuntivo na saída da Idade Média


1. O Programa de Estudos Medievais da UFRJ, o Grupo de Pesquisas em Apocalíptica Judaica e Cristã da UMESP e o Instituto Teológico Franciscano estão organizando o evento O imaginário medieval sobre o Além: reflexões interdisciplinares e comparativas, que ocorrerá, entre os dias 25 a 27 de maio deste ano, das 14h às 20h, nas dependências da UFRJ.

2. Fui convidado a aceitei participar da mesa redonda da quinta-feira, 26/05, às 16 horas. Falarei sobre o tema: "o "eu", a "alma" e "Deus" em Descartes - a manutenção do paradigma disjuntivo na saída da Idade Média".

3. Tratarei de refletir sobre o fato de que, no que concerne à disjunção mente/corpo, espírito/matéria, organismo/pensamento, não houve novidade em Descartes, que manteve o padrão "platônico", logo, medieval, de dicotomia.

4. No século XIX haverá a proposta de guinada - darwiniana -, mas ela só se materializará, com efeito, mais próximo do final do século XX, com as Neurociências e as Ciências Cognitivas. Mas não concentrarei nesse aspecto - me concentrarei na declaração de Descarte de que "eu sou a minha alma" e a "única coisa que 'eu' faço - eu, alma - é pensar" - ou seja: pensamento, para Descartes, ainda é algo dissociado do orgânico: o corpo vive, a alma pensa... Estamos aí em plena vigência do platonismo.

5. No Aforismo 10 de A Gaia Ciência, Nietzsche dirá, de modo darwiniano, que a consciência é o último estágio da evolução orgânica humana. Aí, sim, entramos num novo mundo, que, todavia, a recepção "metafísica" de Nietzsche na filosofia do século XX desconsiderará categoricamente.

6. Aos interessados, até lá!



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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