Conta-se que em 1642, numa cidadezinha de Portugal, ainda herdeira de certa arquitetura árabe, com pelo menos uma mesquita remanescente, um padre encantou-se com uma famosa sociedade esotérica e dedicou-lhe umas quantas leituras de monografias. Mas só lia.
Uma tarde, deu-lhe na cabeça que talvez fosse interessante participar de alguma atividade no santuário local da sociedade.
Visitou. Agendou. Participou.
Foi, ele registrou em seu diário, uma experiência interessante.
À saída, o seja-lá-qual-for-o-nome convidou-o a se filiar à sociedade local e a participar de suas reuniões...
O padre pôs a mão sobre o ombro do funcionário e lhe disse algo assim:
_ Por trinta e dois anos sou padre e conheço por dentro e por fora todas as desgraças de minha própria sociedade. De perto, todas elas são assim: envelhecidas e tristas, cheias de mazelas e hipocrisias... Se queremos que minha visão de sua sociedade permaneça assim, mítica, melhor que eu não participe dela: a proximidade me revelaria que onde quer que entremos, os mitos desaparecem, se temos olhos para ver...
E se foi.
Quando pensa naquela sociedade, ainda tem dela uma visão como que de algo na bruma...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Excelente reflexão professor porque inevitavelmente foi minha experiência, entretanto, levei quase todos os meus dias de vida para perceber que assim se sucede. Basta ler e compreender a dimensão da verdade que você quis compartilhar conosco e mais palavras para que?
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