
1. Não se pode abrir a boca, na praça, sem critérios. Partamos desse princípio - sem critérios, abre-se à cacofonia, à balbúrdia, à verborragia, à anarquia narratológica, à feira dos absurdos. Há que se ter critérios, ao menos para as coisas significativas da vida - entre elas, o diálogo, a fundamentação para esses diálogos, a crítica, os pronunciamentos agorariais, a ousadia de falar em público - isso se não falamos da canalha, mais interessada no engano e na fraude do que na troca de idéias efetivamente.
2. Pois bem - se cncordamos que se há de ter critérios, deve-se, todavia, atentar para uma questão ainda mais relevante: qual a base de fundamentação dos critérios nos quais estruturaremos nossa argumentação, construiremos nossas catedrais de fonemas e semântica?
3. Há uma regra geral, sem a qual a catedral que se julga erigir rui, prejudicada em sua sustentação, podres os seus arcos botantes: os critérios não são aleatórios, não são arbitrários, não são casuais, não são sazonais, não são de ocasião, da moda - os critérios são função intrínseca do objeto sobre o qual desejamos falar, bem como da situação e do jogo em que falamos. Os critérios não são escolhas livres de nossa parte, mas submissão necessária de nossos espíritos à obviedade das exigências do contexto pragmático do jogo jogado e da essência do objeto sob discussão.
4. Se não atentamos para isso, se julgamos que podemos estabelecer a nosso bel prazer os critérios que nos der na telha para os assuntos que nos interessa discutir, bem, convém anunciar que o critério dessa praça é a absoluta falta de critério objetivo e heurístico, e que está-se em uma sauna turca, em que cada um escolhe a toalha com que vai cobrir as vergonhas, e, inclusive, se toalha haverá. Esse pequeno cuidado republicano evitará que incautos cuidem tratar-se, afinal, de uma discussão séria, e ter-se-á evitado, assim, um constrangedor dispêndio de tempo, isso se não preferir desfilar a coleção de verão das tolhas de grife....
2. Pois bem - se cncordamos que se há de ter critérios, deve-se, todavia, atentar para uma questão ainda mais relevante: qual a base de fundamentação dos critérios nos quais estruturaremos nossa argumentação, construiremos nossas catedrais de fonemas e semântica?
3. Há uma regra geral, sem a qual a catedral que se julga erigir rui, prejudicada em sua sustentação, podres os seus arcos botantes: os critérios não são aleatórios, não são arbitrários, não são casuais, não são sazonais, não são de ocasião, da moda - os critérios são função intrínseca do objeto sobre o qual desejamos falar, bem como da situação e do jogo em que falamos. Os critérios não são escolhas livres de nossa parte, mas submissão necessária de nossos espíritos à obviedade das exigências do contexto pragmático do jogo jogado e da essência do objeto sob discussão.
4. Se não atentamos para isso, se julgamos que podemos estabelecer a nosso bel prazer os critérios que nos der na telha para os assuntos que nos interessa discutir, bem, convém anunciar que o critério dessa praça é a absoluta falta de critério objetivo e heurístico, e que está-se em uma sauna turca, em que cada um escolhe a toalha com que vai cobrir as vergonhas, e, inclusive, se toalha haverá. Esse pequeno cuidado republicano evitará que incautos cuidem tratar-se, afinal, de uma discussão séria, e ter-se-á evitado, assim, um constrangedor dispêndio de tempo, isso se não preferir desfilar a coleção de verão das tolhas de grife....
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Texto preciso. Na medida. Mais um.
ResponderExcluirGostei muito do parágrafo terceiro. Parte de minha alegria em ler tuas publicações consiste em tentar descobrir o contexto e
o objeto do teu pronunciamento...
Abraços, Osvaldo!