1. Está em Aurora (Livro 2, 123): "Razão: como surgiu a razão no mundo? Como calhou, de maneira não racional, por um acaso? É preciso decifrá-lo como um enigma".
2. A resposta encontra-se detalhada em O Método, de Edgar Morin, caso alguém se interesse pela questão. Eu me interesso. Intelectualmente falando, não há outra questão que mais me atraia do que a história da vida, em sentido amplo.
3. A razão, senhores, não faz parte da história da Filosofia. Faz parte da história da Biologia. A Filosofia, um dia, achou que a razão era coisa de almas, das almas, e olhou para cima. Foi seu erro e morte. Depois, a Teologia olhou desde cima - foi seu pecado divino. Depois, a Filosofia, outra vez, voltou a olhar para a alma...
4. Uma história de tragédias idealistas e anímicas...
5. O tempo todo, a razão fora coisa da vida - "computação" do meio ambiente pela célula viva. Sim, em termos históricos, um acaso. Mas, uma vez eclodindo, firmou-se como "conhecimento" e "razão" - é K? É? É Na? É. É Cl? É? É P? É. A célula tem de identificar cada elemento químico, porque é isso que ela come - e, senhores, ela sabe, e como. Ela, a célula, é "racional".
6. Eu recomendo O Método. Não, certamente, para quem ache que razão é linguagem, palavras, bolhas de sabão intersubjetivas. Aos tais, a recomendação de Morin soa "positivista" demais... E isso a despeito das suas trilhões de células...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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