2. Parte do preço que a democracia cobra é a inegociável condição crítica e autônoma da sociedade, considerando-se, necessariamente, cada um dos cidadãos. Isto: cada pessoa tem de ser e assumir-se ser cidadão. Para isso, tem de desenvolver pensamento crítico, autônomo. Para isso, não pode entregar sua vontade a nada, além de si mesmo e à noção de bem comum.
3. Cheguei onde queria: a religião, como um todo, e a cristã, em particular, é um obstáculo gigantesco à democracia e à cidadania. A própria religião, aliás, não é democrática. Logo, um sistema que não é nem pode ser democrático não trabalhará jamais para a democracia, e, quado acha trabalhar, engana-se, quando não engana a todos.
4. É preciso superar toda forma de mitologia para que se alcance a autonomia, mesmo as mitologias do bem, como se quer fazer crer incautos engajados. Nesse sentido, toda e qualquer coisa que se coloca acima do cidadão - doutrinas, representações divinas, livros sagrados - é um entulho, um empecilho, uma muralha, a impedir o avanço necessário da consciência crítica.
5. Queremos, mesmo, um regime democrático? Então, comecemos a pensar SERIAMENTE (porque o que vejo é muita pantomima) no que o teólogo Bonhoeffer disse: um cristianismo não religioso para um ser humano em estado adulto...
6... ou comecemos a nos convencer de que ditaduras de Jesus são ótimas...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Me lembrei de que ainda em meu curso no mestrado na Unida eu lhe falado sobre minha dúvida de que se não havia uma incompatibilidade entre religião e democracia...de fato, tendo em vista o triste cenário em que nos encontramos, há comprovação de sobejo de que não há entendimento entre esses pontos.
ResponderExcluirSim, não resta dúvida de que religião e democracia não combinam, são rivais e provavelmente intrinsecamente incompatíveis. Dentre todas, as piores são as monoteístas. Essas, não há esperança alguma de conciliação.
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